14 de jun. de 2012


Texto para reflexão pessoal e profissional


Como não ser ou se tornar um profissional insensível


13-06-2012



Muitos executivos são surpreendidos por uma avaliação 360 que os aponta como insensíveis. Antes dela, eles se enxergavam como profissionais francos e diretos, orientados para resultados, práticos, focados nos negócios, quase sempre certos, durões com os relaxados e ciumentos com o seu tempo. Em suma, gestores exigentes e pragmáticos.


Seja qual for a percepção que trazem, o fato é que os demais profissionais ao seu redor se sentem rebaixados e ignorados. Os outros acham que não é nada agradável trabalhar com ou para eles. Nesse cenário, eles só poderão escapar se seus resultados forem espetaculares. Mas será que é viável gerar resultados desse tipo indefinidamente? E o pior é que, um simples escorregão, e os tubarões vão nadar com satisfação ao redor deles...

Pablo Aversa, sócio-fundador da Alliance Coaching, enumera algumas dicas que têm funcionado com considerável eficácia entre seus clientes. Quem sabe não são úteis para você também, caso esteja vivenciando uma situação semelhante?

1. Mantenha a compostura. Sempre. Talvez você acabe explodindo e consequentemente provoque e pressione os outros, quando está estressado. Procure evitar reações ríspidas e instantâneas. Isso é o que possivelmente lhe está causando problemas. Afinal, tirar conclusões apressadas, rejeitar categoricamente o que os outros dizem e, por fim, utilizar um discurso inflamado não é uma boa estratégia motivacional. Os outros o acharão uma pessoa fechada ou combativa, quando o que você realmente quer é ser visto como alguém razoável.

Se o cenário for mais negativo, podem até pensar que você considera os outros estúpidos e desinformados. Dê uma segunda chance aos outros. Isso mesmo, uma segunda chance. Se for visto como uma pessoa intolerante ou fechada, os demais vão geralmente se embaralhar nas próprias palavras enquanto se apressam para falar com você.

Ou ainda tentarão encurtar o próprio argumento, pois acreditam que você não está nem aí para o que estão tentando comunicar. Respire fundo, faça uma pergunta, veja se alguém discorda, repita o argumento deles gentilmente e não deixe que ninguém se sinta humilhado a qualquer custo. Você consegue.



2. Seja mais sensível com o seu público. Sempre. Em qualquer situação, existem sempre diversas maneiras de entregar uma mensagem e concretizar algo. Você pode utilizar um ataque direto – sincero e instantâneo. Pode enviar alguém no seu lugar para entregar a mensagem. Ou poderia ainda esperar até a próxima reunião para reagir. Umas táticas são mais eficazes e aceitáveis do que outras.

Algumas pessoas entram em apuros quando agem da mesma maneira em todas as situações. Elas não param para pensar em formas mais eficazes de fazer alguma coisa em cenários diferentes. As pessoas que são vistas como sensíveis agem de fora (público, pessoa, grupo, organização) para dentro.

Elas selecionam o ritmo, o estilo, o tom, o tempo e a tática após avaliar o que funcionaria melhor em cada situação. São as pessoas inflexíveis que têm problemas de sensibilidade, pois não sabem ajustar o que dizem de acordo com o público.

3. Abra a sua mente para o diferente. Sempre. Talvez você seja teimoso ou esteja dando sinais de teimosia, ficando inflexível e fechando-se diante de pontos de vista novos ou diferentes. Precisa desligar seu filtro automático de avaliação e rejeição e ouvir.


A primeira coisa a fazer é compreender; a segunda é mostrar para a outra pessoa que compreendeu, ao repetir ou reformular o que ela disse; e a terceira pode ser rejeitar com explicações mais completas do que as que você dá atualmente. Para isso, faça mais perguntas: “Como você chegou aí?” ou “Você prefere isto ou aquilo em vez do que estamos fazendo agora?”

Se discordar, dê os seus motivos primeiro. Direcione a divergência para a natureza do problema ou para a estratégia em questão: “O que estamos tentando resolver? Qual é a causa? Quais perguntas deveriam ser respondidas? Quais padrões objetivos poderíamos utilizar como indicador de sucesso?”

4. Seja mais pessoal na relação com os colaboradores. Sempre. Em grande parte, a insensibilidade está relacionada ao fato de você não se empenhar em deixar os demais à vontade na sua frente. Muitas pessoas insensíveis são muito orientadas para a ação, para os resultados ou para a pauta que definiram.

Elas não têm uma boa relação com os subordinados. Das pessoas que trabalham ao seu redor, apenas um terço prefere trabalhar com alguém como você: “As coisas são assim. Vamos arregaçar as mangas e trabalhar.” Os outros dois terços precisam de um pouco de tempo para se ajustar à situação antes de começar a trabalhar. Geralmente três minutos são suficientes.

Você precisa começar abrindo a discussão com um tema que não está relacionado aos negócios. “O que você fez esta semana? Como estão seus filhos? Qual universidade sua filha escolheu? Você assistiu ao jogo ontem? Está gostando do carro novo?” Então deixe que eles falem um pouco, para que se sintam confortáveis. Simples assim.

5. Evite conclusões apressadas. Sempre. Você pode ser considerado uma pessoa que tira conclusões apressadas e encontra soluções antes que os outros tenham uma chance de apresentar seus argumentos sobre o problema. Não se apresse para definir o problema.

Não acelere nessa reta. Deixe que os outros terminem de falar. Tente não interromper. Não complete a frase dos outros. Faça perguntas para esclarecer dúvidas. Repita o problema levantado com suas próprias palavras, para satisfazer todos os envolvidos. Aí, sim, decida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário